segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A Criação na Poesia



(Ideal)
(fragmento)
O poeta parte no eterno renovamento.
Mas seu destino é fugir sempre ao homem que ele traz em si.

O poeta:
Eu sonho a poesia dos gestos fisionômicos de um anjo!


.vininha.

quarta-feira, 14 de julho de 2010




A professora estava ensinando aos alunos o que era prosa e o que era poesia.

— Poesia — disse ela — é quando existe uma rima. Por exemplo: "Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá... As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá". Viram? "Sabiá" rimou com "lá"!

— Anhhhhhh... — exclamaram os alunos, mostrando que tinham entendido.

— Prosa é quando não há rima. Por exemplo: "Eu olho para a lua e a lua me deixa apaixonada!". Entenderam?

— Entendemos — responderam eles, em coro.

— Zequinha — solicitou a mestra — me dê um exemplo de poesia!

— "Pela estrada afora eu vou bem sozinha levar esses doces para a vovozinha."

— Muito bem — disse a professora, orgulhosa — "sozinha" rimou com "vovozinha".

Agora você, Zezinho. Me dê um exemplo de prosa.

Zezinho, o mais puxa-saco da sala, disse:

— Eu gosto da professora Julieta lá no fundo do meu coração!

— Muito bem, Zezinho. Sem rima é prosa. Parabéns!

Percebendo que Joãozinho estava na maior farra lá no fundo, a professora o chamou com rispidez.

— Joãozinho!

O moleque levantou desafiando:

— Pois não, fessora! Quer prosa ou quer poesia?

— Diga uma poesia!

— Eu tenho uma professora que se chama Julieta... Ela tem muito cabelo na cabeça e... Anh... É prosa ou poesia, professora?

A professora, tentando evitar o pior, escolheu:

— Prosa, Joãozinho... prosa!

E Joãozinho repetiu:

— Eu tenho uma professora que se chama Julieta... Ela tem muito cabelo na cabeça e no cu!


ahhahahahahahahahahahahhahahahahahahahaha
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ahhahahahahahahahahahahhahahahahahahahaha

ai ai... ahhahahahahahahahah... ahhahahahahahaha... ai ai...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Língua Lambe



A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.
E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos


.drummond.

sábado, 8 de maio de 2010

Rara



Ela é fonte.
Vela. Norte.
Cintila além de mim
de você, da morte.
Antiga e exata.
Decidida e rara.
Não precisa de signos
sinais, cartas.

Nem mesmo o laço a faz voltar.
Nem mesmo o lacre a faz calar.

É água e pedra.
som e silêncio
destino e entrega
asteróide e abismo.

O mais puro grau da inocência.


.marize castro.


Feliz dia das mães à minha Negrinha.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Dedo de Deus



Dedo de Deus tocou em mim
A fé
E a beleza dessa mulher
Tocou em mim

A luz que ilumina a floresta
Conduz a u'a tribo em festa
Reluz a bela união
Oh minha vontade
Tu transmutação

.otto.

sábado, 10 de abril de 2010

24



Uma vez, uma vida
Vermelhas vezes: duas.
Dois verdejando parecem três
Na foto 3x4
um sorriso doce
doze é três vezes quatro
dobre essa vida
e vinte e quatro é a idade
dessa moça
O mundo sorriu
em 10 de abril!


.vernon bitu.

segunda-feira, 22 de março de 2010



mosquito morto
sobre poemas
asas e penas


.alice ruiz.

terça-feira, 16 de março de 2010

A Poesia



A Poesia deve ser clara, leve
nada, tudo, alada.

A vida já é tão pesada
farsa, fétida, horror.

A Poesia deve ser cor, silêncio
sibilo de estrelas.

A vida já é veneno, seta
tantos cancros já medram, tantas relvas já secam.

A Poesia deve ser ar, matéria-prima
reinvenção, verdade.

A vida já é fealdade, podridão
cólicas, cadáveres.

A Poesia deve ser estiagem, flor, perfume de criança
poemas de Emily, contos de Mansfield.


.Marize Castro.



Minha homenagem ao Dia da Poesia (14/03)!

quinta-feira, 4 de março de 2010



quem rir quando goza
é poesia
até quando é prosa

.Alice Ruiz.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Mangangá



Mangangá da barriga amarela
Bicho valente morde pra danar
Que o bicho só ataca na goela
Toma cuidado com Mangangá

Mangangá mora no oco do pau
Tem um ferrão danado, como o bicho é mau
É tão pequenininho, tão engraçadinho
Mas é pior que cobra coral

.Geraldo Nunes.

É a minha Mangangá Negrinha... tão pequenininha, tão engraçadinha... mas leva pra tua casa pra tu ver como é bom!!!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Jesus no Xadrez

No tempo em que as estradas
Eram poucas no sertão
Tangerinos e boiadas
Cruzavam a região
Entre volante e cangaço
Quando a lei
Era a do braço
Do jagunço pau-mandado
Do coroné invasô
Dava-se no interiô
Esse caso inusitado

Quando o Palmeira das Antas
Pertencia ao capitão
Justino Bento da Cruz
Nunca faltô diversão
Vaquejada, canturia
Procissão e romaria
sexta-feira da paxão

Na quinta-feira maió
Dona Maria das Dores
No salão paroquial
Reuniu os moradores
Depois de uma preleção
Ao lado do capitão
Escalava a seleção
De atrizes e atores

Todo ano era um Jesus
Um Caifaz e um Pilatos
Só não mudavam a cruz
O verdugo e os maltratos

O Cristo daquele ano
Foi o Quincas Beija-flor
Caifaz foi Cipriano
Pilatos foi Nicanô

Duas cordas paralelas
Separavam a multidão
Pra que pudesse entre elas
Caminhar a procissão

Quincas conduzindo a cruz
Foi num foi adivirtia
O Cinturião perverso
Que com força lhe batia

Era pra bater maneiro
Bastião num intidia
Divido um grande pifão
Que tomou naquele dia
D'um vinho que o capelão
Guardava na sacristia

Cristo dizia:
- Ô rapais, vê se bate divagar
Já to todo incalombado
Assim num vô agüentar
Tá cá gota pra duer
Ou tu pára de bater
Ou a gente vai brigar
Jogo já essa cruis fora
Tô ficando aperriado
Vô morrê antes da hora
De ficar crucificado

O pior é que o malvado
Fingia que num ouvia
E além de bater com força
Ainda se divirtia
Espiava pra Jesus
Fazia pôco e dizia:
- Que Cristo frôxo é você?!
Que chora na procissão
Jesus, pelo que se sabe
Num era mole assim não
Eu to batendo com pena
Tu vai vê o que é bom
Na subida da ladeira
Da venda de Fenelom
O côro vai ser dobrado
Até chegar no mercado
A cuíca muda o tom

Naquele momento ouviu-se
Um grito na multidão
Era Quincas
Que com raiva
Sacudiu a cruz no chão
E partiu feito um maluco
Pra cima de Bastião
Se travaram no tabefe
Pontapé e cabeçada
Madalena levou queda
Pilatos levou pancada
Deram um cacete em Caifaz
Que até hoje num faz
Nem sente gosto de nada

Dismancharam a procissão
O cacete foi pesado
São Tumé levou um tranco
Que ficou desacordado
Acertaram um cocorote
Na careca de Timote
Que inté hoje é aluado

Inté mesmo São José
Que num é de confusão
Na ânsia de defender
Seu filho de criação
Aproveitou a garapa
Pra dar um monte de tapa
Na cara do bom ladrão

A briga só terminou
Quando o dotô delegado
Interviu e separô
Cada santo pro seu lado

Desde que o mundo se fez
Foi essa a primêra vez
Que Jesus foi pro xadrês
Mas num foi crucificado

.Chico Pedrosa.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Mistério do Planeta



Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas,
Passado, presente,
Participo sendo o mistério do planeta
O tríplice mistério do "stop"
Que eu passo por e sendo ele
No que fica em cada um,
No que sigo o meu caminho
E no ar que fez e assistiu
Abra um parênteses, não esqueça
Que independente disso
Eu não passo de um malandro,
De um moleque do brasil
Que peço e dou esmolas,
Mas ando e penso sempre com mais de um,
Por isso ninguém vê minha sacola

.Novos Baianos.